sábado, 21 de dezembro de 2019

Imperdível leitura sobre o Brasil no ano de 2019. Veja a publicação: Brasil de Fato Humor

A irreverência tomou conta do Brasil de Fato na sua histórica edição Humor, lançada neste final de 2019, convidando os leitores a celebrar com riso o fim de um ano bizarro. Em suas 20 páginas, quatro são dedicadas à entrevista com o maior cronista vivo do Brasil, Luis Fernando Veríssimo, que solta o verbo e trata de Bolsonaro, seus filhos, seu ministério inacreditável, seu condomínio barra pesada, mídia, terra plana, redes sociais, militares, Deus, sexo e muito mais.



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Curso gratuito: Laboratório de criação de vídeos de bolso

Vídeos no formato “de bolso” favorecem inúmeras aprendizagens e o desenvolvimento de
competências fundamentais, como autoria, comunicação, síntese, colaboração, resolução de
problemas e negociação de pontos de vista. Além disso, encorajam a construção e o
enriquecimento de narrativas, viabilizando a expressão em múltiplas linguagens,
contextualizadas e providas de sentido real. Neste curso, exploraremos o potencial
 pedagógico da produção de vídeos de bolso, alçando nossos estudantes ao
papel de autores e comunicadores.

O curso inicia em 06/01/2020, às 12h.
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quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

10 Episódios de violação à liberdade de expressão 2019

1- Restrições e ameaças ao trabalho de jornalistas
Elas começaram este ano no primeiro dia de Bolsonaro à frente da Presidência da República. Na cobertura da posse, jornalistas ficaram confinados por cerca de sete horas, com acesso restrito à água, alimentação e banheiro. Depois disso, a violência contra a imprensa só fez escalar. Profissionais foram impedidos de participar ou foram agredidos em coletivas do Planalto. Em agosto, ao defender a exclusão de ilicitude no Código Penal, Bolsonaro declarou que se “o excesso jornalístico desse cadeia, todos vocês estariam presos”. O Presidente chama de “excesso jornalístico” ou de “fake news” toda e qualquer crítica feita ao seu governo. Em novembro, a Federação Nacional dos Jornalistas divulgou que já foram 111 ataques de Bolsonaro à imprensa este ano.

2- Extinção do Ministério da Cultura
Concretizada no dia 2 de janeiro, a extinção do MinC foi um dos primeiros atos do atual governo. Suas atribuições foram repassadas ao recém-criado Ministério da Cidadania,  comprometendo a prioridade dos esforços públicos no setor da cultura. O MinC existia desde 1985, justamente quando o país retomou o rumo da democracia e reconheceu o papel da cultura para o fomento à diversidade e a ampliação da liberdade de expressão e da produção artística, bem como para o acesso à informação e ao conhecimento. Em novembro, a pasta da Cultura foi transferida para o Ministério do Turismo.

3- Censura e ameaça de privatização da EBC
Em meados de abril, uma nota assinada por trabalhadores da Empresa Brasil de Comunicação e pelos sindicatos dos Jornalistas e Radialistas do Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo informou que os veículos da EBC estavam proibidos de usar palavras como “golpe” e “ditadura” para se referir ao que aconteceu em 1964 em suas reportagens. No mesmo mês, a TV Brasil, canal público gerido pela EBC, teve sua programação fundida com a da TV NBr, destinada a transmitir atos do Poder Executivo. A medida afronta a Constituição Federal, que estabelece a complementaridade entre os sistemas público, privado e estatal de comunicação, e está sendo questionada em ação do MPF. Em outubro, uma imagem da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, foi censurada do programa “Antenize”, da TV Brasil. Em novembro, o programa Alto Falante, que falaria de Arnaldo Antunes, foi retirado inesperadamente da grade da TV. Ele exibiria um clipe da música de “O real existe”, que fala de milicianos. O Ministério Público Federal já solicitou ao Tribunal de Contas da União que investigue a EBC por censura. Ainda em novembro, funcionários da EBC repudiaram a inclusão da empresa no pacote de privatizações de Bolsonaro e Paulo Guedes, ministro da Economia. 
4- O racismo que estrutura a mídia brasileira
Em julho, no programa Alterosa Alerta, da TV Alterosa, afiliada do SBT em Minas Gerais, o apresentador Stanley Gusman afirmou: “Eu sei quem é o dono do Ibope. O nome do cara é Montenegro. Se ele fosse do bem, ele ia chamar Montebranco”. O caso, que repercutiu este ano, é apenas mais um exemplo do racismo estrutural no Brasil, que também atinge as comunicações. Ainda que por linguagem diferente, o comentário de Gusman se aproxima da publicidade do Ministério da Educação, veiculada em plataformas digitais em junho, na qual uma jovem negra passa a ter a pele branca após ganhar uma bolsa de estudos e conseguir se formar. A parte da jovem sem os estudos é negra, enquanto a mão segurando o diploma é branca. No último domingo (8), o apresentador e dono do SBT Silvio Santos protagonizou mais um caso de racismo na TV. No quadro “Quem Você Tira?”, o apresentador não reconheceu a vitória da cantora negra Jennyfer Oliver, escolhida como a melhor candidata por votação popular. Enquanto Jennyfer recebeu 84 votos, suas adversárias receberam 8, 5 e 3 votos, respectivamente. Silvio Santos não apenas decidiu dar o mesmo prêmio para todas as candidatas como aumentou o valor em dinheiro para a candidata que julgou ser “melhor e mais bonita”: uma mulher branca. 

5- Mudanças no Conselho Superior de Cinema
A transferência do Conselho Superior de Cinema à Casa Civil, por meio do Decreto 9.919, de 18 de julho de 2019, reduziu a representação da sociedade civil no órgão, aumentando o poder do governo sobre a atuação do colegiado e o risco de torná-lo um instrumento de patrulhamento ideológico e de censura da produção artística. Uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) foi movida pela Rede Sustentabilidade contra a medida. Em novembro, artistas, profissionais do setor audiovisual e organizações da sociedade civil, entre elas o Intervozes, participaram de audiência pública no STF para subsidiar os ministros em seu futuro julgamento da ADPF 614 e denunciar a censura no ambiente artístico

6- Cancelamento de edital de conteúdos com a temática LGBT
Em agosto, o Ministério da Cidadania publicou a Portaria 1.576/2019, cancelando um edital da Agência Nacional de Cinema (Ancine) voltado para produções de séries de temática relacionadas a vidas de pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros (LGBT) para exibição nas TVs públicas. O pretexto foi a necessidade de recompor os membros do comitê gestor do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), mas as declarações de Bolsonaro comprovaram a decisão do governo em paralisar o financiamento público a produções audiovisuais sobre diversidade de gênero e sexual. À época, o Presidente afirmou: “É um dinheiro jogado fora. Não tem cabimento fazer um filme com esse tema”. Em ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal, a Justiça Federal do Rio de Janeiro reconheceu o forte potencial discriminatório e lesivo a direitos fundamentais e ao interesse público da portaria, determinando que a União e a Ancine dessem continuidade ao edital.

7- Censura na Bienal do Livro do Rio
Em setembro, o bispo da Igreja Universal do Reino de Deus e prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, mandou recolher o HQ “Vingadores – a cruzada das crianças” da Bienal do Livro da cidade. A história em quadrinhos trazia cenas de um relacionamento homoafetivo entre heróis. A tentativa de censura levou à indignação e manifestações de artistas e defensores da liberdade de expressão e acabou gerando o efeito contrário: a obra se esgotou em questão de minutos na Bienal. Depois do anúncio de Crivella nas redes sociais, a Prefeitura do Rio mandou uma notificação extrajudicial para a Bienal pedindo, na verdade, que os livros fossem lacrados e viessem com aviso de conteúdo impróprio para crianças. À época, a organização do evento afirmou que não iria recolher nem embalar nenhum livro, já que não se tratada de conteúdo impróprio ou pornográfico. Acrescentou, ainda, que “dá voz a todos os públicos, sem distinção, como uma democracia deve ser”.

8 – Censura a peças de teatro
Este ano, a Caixa Cultural cancelou, sem maiores explicações, pelo menos três peças teatrais. Em setembro, a peça infantil “Abrazo”, da companhia Clowns de Shakespeare, foi cancelada após estrear na Caixa Cultural do Recife. O espetáculo, baseado no “Livro dos Abraços”, de Eduardo Galeano, era centrado na vida de personagens proibidos de dar abraços. Já em Brasília, a peça “Gritos”, que tem uma travesti entre seus personagens, teve apresentação cancelada. A companhia Dos à Deux havia sido selecionada por edital para apresentar duas peças na capital. Em redes sociais, a equipe relatou ter sido pressionada e informada da necessidade de aprovação prévia do superintendente da instituição antes da encenação da peça. No Rio de Janeiro, o fim das tratativas com a peça “Lembro Todo Dia de Você”, que tem como protagonista um personagem homossexual soropositivo, também levantou suspeitas de censura. Além das peças, a Caixa Cultural também cancelou uma série de palestras para crianças e adolescentes sobre democracia, chamada “Aventuras do Pensamento”, e uma mostra sobre a cineasta Dorothy Arzner, sobre sexualidade. A Caixa Econômica Federal hoje é dirigida por Pedro Guimarães, membro da equipe de Bolsonaro desde o período de transição do governo.

9- Violação à privacidade dos cidadãos 
Uma das principais condições para o amplo exercício da liberdade de expressão é a existência de um ambiente em que a privacidade dos cidadãos e cidadãs seja respeitada.  Em outubro, entretanto, por meio de decreto, o governo federal criou o Cadastro Base do Cidadão, unificando dados pessoais de dezenas de serviços públicos, vinculando-os ao CPF. Além de dados biográficos como nome, data de nascimento, sexo e filiação, o cadastro incluirá atributos biométricos, como características da palma da mão, digitais, retina ou íris, formato da face, voz e maneira de andar. O Planalto alega que o objetivo é desburocratizar o fluxo de dados entre entes públicos, mas a medida tira o poder do cidadão sobre suas informações e vai na contramão da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, aprovada em 2018. No contexto de um Estado autoritário, o Cadastro Base poderá ser usado para iniciativas de vigilância do poder público e consequente ameaça à liberdade de expressão.
10- Ameaças à concessão da Rede Globo
Em novembro, em transmissão ao vivo na Internet, Bolsonaro reagiu violentamente à reportagem do Jornal Nacional, da Rede Globo, que incluía seu nome entre os citados na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O presidente ameaçou “não facilitar” a renovação da outorga da emissora, que vence em 2022. Quando o chefe do Executivo fala em ser rígido apenas com a renovação da concessão da TV Globo, algo que deveria valer para todas as empresas vira chantagem política. Ao fazê-lo, Bolsonaro admite que sabe que não há um processo adequado de acompanhamento e verificação das normas pelas concessionárias e, ao mesmo tempo, defende a aplicação da regulação de acordo com sua vontade particular, de acordo com seus interesses. Organizações como o Intervozes e Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) defendem há muito tempo mudanças nas regras para as concessões de radiodifusão, para que este seja um processo transparente, baseado na observação do interesse público, no fomento à pluralidade e diversidade de vozes na mídia. Qualquer outra coisa diferente disso, mesmo que seja apenas uma ameaça, será mais um episódio de censura em nosso país.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Alfabetização midiática e informacional: currículo para a formação de professores, publicação da UNESCO

Diante de um quadro de pós-verdades, que são falsas notícias que por apelo emotivo e sensacionalista chamam mais atenção do que fatos verídicos, somado a proliferação de fake news nas redes de internet, a educação deve trabalhar de forma contundente um currículo para uma alfabetização midiática.

Baixe a versão em pdf AQUI!

Acesso ao arquivo
A versão em português é resultado de uma parceria entre a Representação da UNESCO no Brasil e o Centro de Educação a Distância e Aprendizagem com Tecnologias da Informação e Comunicação (Cead) da Universidade Federal do Triângulo Mineiro
(UFTM). A tradução foi de  Dermeval de Sena Aires Júnior, com revisão técnica de Alexandra Bujokas de Siqueira e Martha Maria Prata Linhares.
A ideia é ajudar os professores a explorar e compreender o tema a partir dos seguintes pontos:
1.    As funções das mídias e de outros provedores de informação; como eles operam e quais são as condições ótimas necessárias para o cumprimento eficaz dessas funções;
2.    Como a informação apresentada deve ser criticamente avaliada dentro do contexto específico e amplo de sua produção;
3.    O conceito de independência editorial e jornalismo como uma disciplina de verificação;
4.    Como as mídias e outros provedores de informação poderiam contribuir racionalmente para promover as liberdades fundamentais e a aprendizagem continuada, especialmente à medida que eles relacionam como e por que os jovens acessam e usam as mídias e a informação hoje, e como eles selecionam e avaliam esses conteúdos;
5.    Ética nas mídias e ética na informação;
6.    As capacidades, os direitos e as responsabilidades dos indivíduos em relação às mídias e à informação;
7.    Padrões internacionais (Declaração Universal dos Direitos Humanos), liberdade de informação, garantias constitucionais sobre liberdade de expressão, limitações necessárias para impedir a violação dos direitos do próximo (questões como linguagem hostil, difamação e privacidade);
8.    O que se espera das mídias e dos outros provedores de informação (pluralismo e diversidade como normas);
9.    Pontes de informação e sistemas de armazenamento e organização de dados; processos de acesso, busca e definição de necessidades informacionais; ferramentas de localização e busca de dados;
10. Como entender, organizar e avaliar informações, incluindo a confiabilidade das fontes;
11. Criação e apresentação de informações em diversos formatos; preservação, armazenamento, reutilização, gravação, arquivamento e apresentação de informações em formatos utilizáveis;
12. Uso de informações para a resolução de problemas e para a tomada de decisões na vida pessoal, econômica, social e política.


Para ter acesso à publicação, basta clicar no link: http://unesdoc.unesco.org/images/0022/002204/220418por.pdf
Fonte: ABPEducom, em: http://www.abpeducom.org.br/2013/04/unesco-lanca-em-portugues-publicacao.htm

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Projeto Escola Sem Sentido


Quando políticos, líderes religiosos e pais de alunos limitam o debate na escola, é sinal de que alguma coisa está muito errada. O vídeo acima mostra depoimentos reais de professores brasileiros que sofreram perseguições. São profissionais da educação que não foram respeitados nas suas didáticas e opiniões.
O projeto Escola Sem Sentido quer dar voz a educadores que passaram por situações semelhantes. Se você já viveu algo parecido, conte-nos a sua história. Você não precisa se identificar (pode usar um pseudônimo), mas a sua participação é muito importante para gente. Em breve, vamos publicar os relatos mais impactantes aqui na página da nossa campanha.

 Acesse o site: AQUI!



sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Resultado do Brasil no PISA é preocupante!





A avaliação usa uma escala de seis níveis para classificar o desempenho dos estudantes de 15 e 16 anos nas provas de leitura, matemática e ciências, sendo que o nível 1 é considerado insuficiente e o nível 2 é o mínimo de proficiência. No Pisa 2018, 50% dos brasileiros não atingiram o nível 2 em leitura, ou seja, são incapazes de identificar a ideia geral de um texto, encontrar informações explícitas ou analisar a finalidade daquele material.

Situação preocupante

De acordo com o estudo, 43% dos jovens do Brasil não atingiram o nível mínimo em leitura, nem em matemática, nem em ciências. “Isso é preocupante, ainda mais quando estamos em uma sociedade que valoriza cada vez mais níveis elevados de habilidades e conhecimentos”, avalia Moraes.
A analista salienta que há uma relação forte entre o valor do investimento por aluno e o desempenho dos estudantes na avaliação. Com um pouco mais de investimento, o Brasil poderia melhorar seus resultados. “Investimentos mais altos por alunos estão associados a resultados melhores no Pisa. Para quem está no começo da curva – caso do Brasil que tem um investimento baixo –, um pequeno aumento no investimento por aluno estaria associado a uma melhora significativa na performance dos alunos em leitura, por exemplo.”

Indisciplina e faltas são razão para alerta

A edição mais recente da avaliação internacional trouxe ainda informações sobre o comportamento, o bem-estar e a satisfação dos jovens de 15 e 16 anos com a escola. Camila de Moraes destaca os altos níveis de indisciplina e de ausência nas aulas como temas que devem receber atenção do governo.
A metade dos estudantes brasileiros que fizeram a avaliação internacional disse ter faltado à escola ao menos um dia nas duas semanas anteriores ao teste. O índice é mais que o dobro dos países da OCDE, onde 21% dos estudantes afirmaram ter perdido algum dia de aula.
A indisciplina toma bastante tempo dos professores no início das aulas, segundo 41% dos estudantes brasileiros. Os professores gastam parte da aula para deixar a turma em silêncio. Nos países da OCDE, 26% dos alunos relataram o mesmo problema em classe.
“O Brasil ficou abaixo da média no índice de satisfação com a vida. Entre 2015 e 2018, houve um aumento significativo de alunos que se consideraram não satisfeitos com a vida e uma diminuição daqueles que se consideram satisfeitos. Além disso, o Brasil está acima da média em relação à ocorrência de bullying. São fatores que devem ser investigados mais a fundo”, avalia a analista de educação da OCDE.

Ranking de educação

A prova, realizada a cada três anos, avalia os conhecimentos de adolescentes de 15 e 16 anos em leitura, matemática e ciências em dezenas de países. O resultado brasileiro nas três disciplinas em 2018 foi melhor do que o de três anos atrás, quando o país apresentou pela primeira vez queda nas médias. No entanto, as notas dessa avaliação estão no mesmo patamar das obtidas pelo Brasil em 2009, indicando estagnação no desempenho dos alunos na última década.
Na prova de leitura, os brasileiros tiveram, em média, 413 pontos. O resultado coloca o Brasil em 57º lugar dentre 78 economias avaliadas, à frente da Colômbia (412), da Argentina (402) e do Peru (401), mas muito atrás dos 487 pontos de média da OCDE.
Em ciências, a média brasileira foi de 404 pontos, deixando o Brasil em 66° lugar no ranking da disciplina. Já em matemática, a média dos alunos brasileiros foi de 384 pontos, enquanto a média dos países desenvolvidos é de 489 pontos. Essa foi a pior nota brasileira, que coloca o Brasil em 70° lugar no ranking de matemática, dentre 78 países, atrás dos vizinhos Chile (417), Peru (400) e Colômbia (391).
A primeira posição do ranking das três disciplinas ficou com as províncias chinesas de Pequim, Xangai, Jiangsu e Guangdong, ultrapassando os alunos de Singapura. Os estudantes das províncias chinesas alcançaram, em média, 555 pontos em leitura, 591 em matemática e 590 em ciências.

Menino 23- Brasil Racista: documentário sobre uma célula nazista no Brasil "pós-escravidão"


O racismo não acabou!



"Há uma postagem antissemita no Twitter a cada quatro segundos; uma postagem em português contra negros, pessoas com deficiência e LGBTs a cada 8 segundos."



Adriana Abreu Magalhães Dias [antropóloga] 



quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Micos do Bolsonaro durante o 1º ano de governo!

Parece uma década, mas se passou apenas um ano desde que o extremista de direita Jair Bolsonaro assumiu a presidência da República. Neste curto espaço de tempo, ele já fez o país passar vexame no mundo inúmeras vezes. Acusar o ator Leonardo DiCaprio pelas queimadas na Amazônia foi só mais um dos episódios que causaram embaraço ao país lá fora.

Apresentamos alguns dos micos internacionais de Bolsonaro neste post. É muita vergonha alheia, Brasilllll!

1. Bolsonaro indica chanceler que acredita que o aquecimento global é “uma trama marxista”


O destaque internacional (só que ao contrário) de Bolsonaro começou antes de assumir. Ao indicar Ernesto Araújo para ser chanceler, o presidente eleito virou alvo de gozação da imprensa estrangeira diante das crenças alopradas do diplomata de extrema direita. “O novo ministro das Relações Exteriores do Brasil acredita que a mudança climática é uma trama marxista”, disse o britânico The Guardian.

2. Bolsonaro posta vídeo obsceno e pergunta “o que é golden shower”

No carnaval, em março, o presidente da República pegou um vídeo onde dois artistas gays faziam uma performance em cima de um carro alegórico e reproduziu no twitter. Não satisfeito, no dia seguinte, postou a pergunta: “O que é golden shower?”

Quinze dias depois, quando os advogados da dupla retratada nas imagens ingressaram com um mandado de segurança no STF exigindo que a postagem fosse excluída, Bolsonaro apagou as duas postagens. O site da revista Der Spiegel noticiou: “Bolsonaro compartilha vídeo obsceno –e tenta se explicar”.
3. Bolsonaro diz em Israel que nazismo “é de esquerda” e é desmentido pelo Museu do Holocausto

Em Israel, onde visitou o Museu do Holocausto, o presidente disse “não ter dúvida” de que o nazismo “é de esquerda”, e foi desmentido pelo próprio museu, que diz em seu site que o Partido Nazista foi resultado do “crescimento de grupos radicais de direita na Alemanha”.

Bolsonaro repetia a fala de seu ministro Ernesto Araújo, que expôs a baboseira em março. A embaixada da Alemanha no Brasil já havia desmentido a fraude histórica do “nazismo de esquerda” em suas redes sociais durante a campanha eleitoral, em um vídeo onde afirmava que “os alemães não escondem seu passado”.

Em entrevista ao jornal O Globo em setembro daquele ano, o próprio embaixador da Alemanha no Brasil, Georg Witschel, afirmou ser uma “besteira completa” dizer que fascismo e nazismo são de esquerda.

4. Prefeito de Nova York dá um pé na bunda de Bolsonaro e diz que a cidade não quer homofóbicos

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, deu um título de “persona non grata” ao brasileiro, tuitando que a cidade não está interessada em um “homofóbico com orgulho” por lá. Bolsonaro o rebateu, chamando-o de “radical”, e de Blasio respondeu: “Se é ‘radical’ se levantar contra sua ideologia destrutiva, então somos radicais com orgulho”.
Bolsonaro seria homenageado pela Câmara de Comércio Brasil-EUA, mas o prefeito pediu a um dos locais escolhidos para sediar a cerimônia que não recebesse o presidente por considerá-lo um “ser humano perigoso”. Outros locais se recusaram a receber o evento, alguns patrocinadores desistiram, e Bolsonaro acabou cancelando a viagem.

Para encerrar o imbróglio com chave de ouro, o presidente ainda chamou os habitantes de Nova York de “novaiorquines” ao finalmente receber a homenagem em Dallas.

5. Bolsonaro é mostrado como um idiota após aumento de incêndios na Amazônia

Em agosto, o presidente foi alvo de críticas de um programa humorístico da TV estatal alemã, que o retratou como “o idiota de Ipanema” e “Trump do Samba”. “Desde a posse do presidente Jair Bolsonaro, o desmatamento cresceu significativamente e pode continuar aumentando”, diz a narração, após aparecer uma foto do líder brasileiro como o “bobo da corte do agronegócio”, segurando uma garrafa de agrotóxico. O governo já liberou 439 novos registros de agrotóxicos desde que assumiu.

A Alemanha havia anunciado o corte de 155 milhões de reais destinados à preservação da Amazônia, como resposta aos números recordes do desmatamento e das queimadas sob Bolsonaro. Ao ser questionado sobre o assunto, o presidente resolveu atacar a chanceler Angela Merkel. “Eu queria até mandar recado para a senhora, querida Angela Merkel. Pegue essa grana e refloreste a Alemanha, tá ok? Lá tá precisando muito mais do que aqui”, disse. A reação alemã veio rápida, com a divulgação de um vídeo no facebook da embaixada mostrando que o país é “um dos mais florestados da Europa”.

6. Bolsonaro ataca o pai de Michelle Bachelet, que morreu após ser torturado pelo regime de Pinochet

Sem ter como contestar as críticas da alta comissária das Nações Unidas sobre a situação dos Direitos Humanos no Brasil, Bolsonaro optou por atacar o pai dela, o brigadeiro Alberto Bachelet, que morreu após passar meses sendo torturado pelo regime de Augusto Pinochet, que o presidente brasileiro tanto admira. “Senhora Michelle Bachelet, se não fosse o pessoal do Pinochet derrotar a esquerda em 73, entre eles o seu pai, hoje o Chile seria uma Cuba”, disse Bolsonaro. A repercussão internacional foi enorme.

“Presidente do Brasil irrita o Chile com ataque pessoal a Bachelet”, noticiou a agência Reuters. “Bolsonaro louva golpe militar no Chile em 1973”, titulou a Associated Press. O pior para Bolsonaro é que suas declarações infames acabaram sendo criticadas até mesmo pelo presidente do Chile, Sebastián Piñera, que é de direita.

7. Bolsonaro zomba da aparência física da mulher de Emmanuel Macron

Em vez de responder às críticas do homólogo francês à cumplicidade e à inoperância do governo com os incêndios na Amazônia, o presidente misógino do Brasil partiu para o ataque contra… a mulher de Emmanuel Macron, Brigitte. Em um comentário no facebook de Bolsonaro, um leitor escreveu que Macron sente “inveja” do brasileiro, e comparou com fotos a aparência das mulheres de ambos os presidentes. O perfil oficial do presidente do Brasil concordou, dando risada.

Macron não só foi informado da “gozação” como respondeu ao comentário tosco de Bolsonaro durante uma coletiva de imprensa no G7, para o mundo inteiro ver. “Eu respeito cada líder eleito pelo seu país, porque respeito todos os povos e todos os países. Ontem ele achou uma boa ideia seu ministro insultar minha pessoa”, disse, sobre comentário do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que o chamou de “calhorda oportunista”.

Em português, a primeira-dama Brigitte Macron agradeceu aos brasileiros pela criação de uma hashtag nas redes sociais em sua defesa, #DesculpaBrigitte.

8. Nome de Bolsonaro é citado em investigação sobre assassinato de Marielle

O britânico Guardian já havia noticiado que Bolsonaro aparecia em fotos com os suspeitos de assassinar a vereadora Marielle Franco: a primeira foi com Élcio Queiroz, preso em março deste ano, e a segunda em outubro, com o lutador Josinaldo Lucas Freitas, acusado de jogar no mar as armas usadas no assassinato.

Em outubro, quando o Jornal Nacional publicou a reportagem sobre o porteiro que havia anotado no livro de registro do condomínio Vivendas da Barra que os assassinos de Marielle afirmaram se dirigir à “casa 58” (de Bolsonaro), a imprensa internacional voltou a repercutir o caso. “Bolsonaro protesta contra a mídia por vinculá-lo ao caso Marielle”, disse o francês Le Point sobre o piti do presidente contra a Globo. “Uma testemunha vinculou Bolsonaro com um dos suspeitos de assassinar Marielle Franco”, reportou o site argentino Infobae.

9. Bolsonaro associa Greenpeace a manchas de óleo no Nordeste

Em vez de mostrar alguma iniciativa para minimizar o desastre ecológico, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, preferiu utilizar um boato, associando uma embarcação do Greenpeace às manchas de óleo que apareceram nas praias do Nordeste. O navio Esperanza do qual fala o ministro só chegou à região em agosto, mais de um mês depois do início do desastre.

Bolsonaro, ao invés de corrigir (ou demitir) seu funcionário, ratificou a “suspeita” aloprada. “Para mim isso é um ato terrorista. Para mim, esse Greenpeace só nos atrapalha”, afirmou o presidente. As acusações, na verdade, buscaram atingir a organização porque o Greenpeace divulgou um vídeo zoando o governo por acusar as ONGs pelo aumento dos incêndios na Amazônia, que Salles tentou rebater gastando dinheiro público em propaganda no exterior.

Para a revista Der Spiegel, atacar as ONGs pelos incêndios não faz sentido. “É uma bobagem, mas combina com a visão de um homem que também acredita que ir ao banheiro uma vez a cada dois dias seria uma boa contribuição para a proteção do meio ambiente”, disse a publicação.

10. Bolsonaro acusa ator Leonardo DiCaprio de atear fogo à Amazônia

Não bastasse o discurso vexaminoso na abertura da assembleia-geral da ONU sobre a Amazônia (“surreal”, segundo jornalista da New Yorker), mais uma vez Bolsonaro terceirizou sua responsabilidade sobre os desastres ambientais desde que assumiu a presidência.

Sem apresentar nenhuma evidência, o presidente acusou o ator Leonardo DiCaprio de doar a ONGs que atearam fogo à floresta. “O pessoal da ONG, o que eles fizeram? O que é mais fácil? Botar fogo no mato. Tira foto, filma, a ONG faz campanha contra o Brasil, entra em contato com o Leonardo DiCaprio, e então o Leonardo DiCaprio doa 500 mil dólares para essa ONG. Uma parte foi para o pessoal que estava tocando fogo, tá certo? Leonardo DiCaprio tá colaborando aí com a queimada na Amazônia, assim não dá”, disse, em sua live semanal no facebook.

Também sem provas, seu filho Eduardo ratificou a “acusação”.

O Washington Post noticiou: “Sem apresentar provas, presidente do Brasil disse que Leonardo DiCaprio financiou organizações não-governamentais que ele acusa como parcialmente responsáveis pelos incêndios na Amazônia este ano”. Já o Guardian disse que Bolsonaro acusou DiCaprio “falsamente”, de forma “espúria”, “sem fundamento”.

O ator rebateu a acusação com um tapa de luva, desmentindo, no instagram, que tenha doado qualquer quantia às organizações que “estão atualmente sob ataque”, embora elas “certamente mereçam apoio”.

“O futuro desses ecossistemas insubstituíveis está em jogo e tenho orgulho de fazer parte dos grupos que os protegem”, afirmou o ator, destacando seu apoio ao povo do Brasil, “que trabalha para salvar seu patrimônio natural e cultural”.
Fonte: Disponível em: <https://altamiroborges.blogspot.com/2019/12/bolsonaro-faz-pais-passar-vergonha-no.html>. Acesso em dez. 2019.