Por Anna Beatriz Anjos e Jarid Arraes da Revista Fórum
terça-feira, 24 de novembro de 2015
domingo, 22 de novembro de 2015
Alunos cantam Chico Buarque contra fechamento de escolas!
O desmonte da educação pública orquestrado pelo Tucanos é gritante. É a barbárie falando mais alto. Não obstante a isso, os estudantes se organizaram. Dezenas de escolas ocupadas, protestos por melhoria na educação são fundamentais nesses tempos - tempo de privatização de setores chaves para qualquer Estado-Nação.
Uma verdadeira aula de cidadania!
Saiba a diferença entre Simpósio, Seminário, Congresso e outros eventos acadêmicos
O mundo acadêmico possui uma infinidade de
eventos técnicos e/ou científicos aos quais participamos para aprender sobre um
assunto ou atualizar-se sobre determinado tema.
Entretanto, é importante conhecer as diferenças
entre as várias modalidades de eventos. Pode-se observar atualmente uma
despreocupação, de forma até irresponsável, por parte daqueles que promovem
eventos acadêmicos, em classificar o evento na categoria correta.
Os organizadores devem, sobretudo, pensar nos
profissionais que se deslocam e pagam para participar desses eventos e, muitas
vezes, saem frustrados. Da mesma forma, ao conhecer as características de cada
evento, é possível tomar a decisão de inscrever-se, ou não, em determinado
evento, com base em suas necessidades.
Vamos então às diferenças:
Palestra: Tem o objetivo de
apresentar de forma sucinta alguma novidade, por isso possui curta duração.
Pode-se dizer que a palestra é como a capa de um jornal: tem-se acesso apenas
às manchetes.
Cursos: Consiste no detalhamento
de determinado assunto ou conjunto de temas com o foco de “treinar” ou “ensinar
a fazer”. É composto de exposições de pessoas normalmente com formação
acadêmica que procuram passar seu conhecimento aos participantes. O foco está
mais na teoria que na prática, porém não a exclui. É indicado para pessoas que
têm baixo ou nenhum conhecimento sobre o assunto, com exceção dos cursos de
especialização, cujo objetivo é o aperfeiçoamento daqueles que já dominam o
assunto.
Workshop: Tem o caráter de
treinamento. Seu objetivo consiste em aprofundar a discussão sobre temas
específicos e, para isso, apresenta casos práticos. O público participa
intensamente. Objetiva-se detalhar, aprofundar um determinado assunto de
maneira mais prática. Normalmente possui um moderador e um ou dois expositores.
A dinâmica da sessão divide-se em três momentos: exposição, discussão em grupos
ou equipe e conclusão.
Mesa-redonda: É uma reunião do
tipo clássica, preparada e conduzida por um coordenador, que funciona como
elemento moderador, orientando a discussão para que ela se mantenha sempre em
torno do tema principal. Os expositores têm um tempo limitado para apresentar
suas ideias e para o debate posterior. Normalmente, a mesa-redonda está
inserida em eventos mais abrangentes. É utilizada quando o assunto ainda não
está consolidado e suscita discussões.
Simpósio: Reunião para a
discussão de um determinado tema (uma nova técnica, por exemplo). Aqui não são
apresentadas as conclusões de uma pesquisa, mas sim impressões sobre um
determinado assunto que é colocado em debate. Vários oradores debatem o tema na
mesa, muitas vezes com a participação do auditório. A diferença fundamental
entre o simpósio e a mesa-redonda é que no simpósio os expositores não debatem
entre si os temas apresentados.
Seminário: Reunião na qual
“semeiam-se” ideias. O objetivo é suscitar o debate sobre determinados temas,
até então pouco estudados. Caracteriza-se pela exposição de um orador seguida
de debate com o auditório. A dinâmica do seminário divide-se em três momentos:
a fase de exposição, a de discussão e a de conclusão. Trata-se de um produto
informativo mais focado, porém parcial. A informação tem normalmente uma única
fonte – o orador ou expositor – e, por consequência, pode apresentar certo
viés. Usualmente, o orador é um guru ou expert no assunto que está sendo
exposto.
Congresso: Reunião de
especialistas em determinada área do conhecimento (Genética, por exemplo) para
a apresentação de pesquisas e estudos científicos. Geralmente de manhã e/ou à
noite são realizadas conferências com professores convidados e à tarde há
apresentações (na forma oral ou em pôsteres) de comunicações inscritas
previamente pelos participantes (resumos) e aprovadas pela comissão
organizadora do evento.
Fonte: http://posgraduando.com
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
O sístema da DÍVIDA - A dívida pública brasileira
A maior corrupção de todas, é a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, que durante o governo militar pegou emprestimos a juros FLUTUANTES de 6% - e depois elevou-os para ~20%.
Muito pouco do orçamento do país é reservado para a saúde, educação, infra-estrutura, esporte. A mídia não trata do tema, que é central no processo de desenvolvimento do país, as coorporações multinacionais também sugam o dinheiro dos recursos nacionais de modo duplo - pois o dinheiro das privatizações vai para o pagamento da dívid pública.
Não há gestão da economia, com um orçamento desse nível. Um exemplo da perversidade desse modelo, que sacrifica nossa soberania é o lucro das estatais. A Petrobrás, por exemplo, a parte em mãos privadas recebe os lucros normalmente, outra parte que é pública recebe o dinheiro para pagamento da dívida. Por isso a gasolina é tão cara no Brasil!
Por que a Síria? - Why Syria? [2015]
Por que a Síria? Veja o vídeo e compreenda um pouco mais a situação do país, que realizou uma tentativa de "Primavera" e agora está atolada em uma Guerra Civil monstruosa por conta da ISIS.
Um pouco de música - A novidade - Caetano, Gil e Ivete
Uma ótima música, grande show. Gostaria que as pessoas pudessem entender a letra que retrata a violência, o espetáculo de luta pela terra "prometida". A novidade ...na qualidade rara da sereia...
A NOVIDADE era Guerra..."...Estraçalhando uma sereia bonita, despedaçando o sonho prá cada lado"... A luta pela terra ...
Pena que foi na Globo, local de maior blackout de informações e crítica
social. Entretanto é melhor ouvir e ver que a dificuldade de lutas
contra a desiqualdade "mundo tão desigual, tudo é tão desigual, de um
lado esse carnaval, de outro a fome total..." do que não apreciar. Todavia, os closes de câmera nos atores globais dá um imenso DESÂNIMO. É
melhor ouvir apenas, não ver a tela, a imagem é o que menos importa!
A novidade
[letra: Gilberto Gil]
Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô!
Ah! Aaaah!
E a novidade que seria um sonho
O milagre risonho da sereia
Virava um pesadelo tão medonho
Ali naquela praia
Ali na areia...
A novidade era a guerra
Entre o feliz poeta
E o esfomeado
Estraçalhando
Uma sereia bonita
Despedaçando o sonho
Prá cada lado....
Oh! Mundo tão desigual
Tudo é tão desigual
Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô!
Oh! De um lado esse carnaval
De outro a fome total
Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô!...
Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô!
Ah! Aaaah!
Ah! Aaaah!
E a novidade que seria um sonho
O milagre risonho da sereia
Virava um pesadelo tão medonho
Ali naquela praia
Ali na areia...
A novidade era a guerra
Entre o feliz poeta
E o esfomeado
Estraçalhando
Uma sereia bonita
Despedaçando o sonho
Prá cada lado....
Oh! Mundo tão desigual
Tudo é tão desigual
Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô!
Oh! De um lado esse carnaval
De outro a fome total
Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô!...
Ô Ô Ô Ô Ô Ô Ô!
Ah! Aaaah!
terça-feira, 17 de novembro de 2015
Mais uma charge do Latuff: A Síria como uma aventura militar? Mão de obra barata? Apenas mais uma dor de cabeça?
Tio Sam: "I see you in my next military adventure" = Eu vejo você na minha próxima aventura militar...
ONU: Eu vejo uma dor de cabeça pela frente
Magnata/CEOs/Corporações: Eu vejo mão de obra barata.
Malafaia mais uma vez diz besteira! Ele relaciona os atentados em Paris ao PT!
Por: Folha de Dourados
Silas
Malafaia derrama discurso de ódio e politiza atentados em Paris. Pastor
afirmou que “a petralhada do governo” permite que os “assassinos do
Islã” entrem no Brasil “sem nenhum controle”. Líder evangélico foi
duramente criticado por internautas
O pastor Silas Malafaia voltou a ser alvo de críticas na internet, tornando-se um dos assuntos mais comentados pelos internautas no Brasil neste sábado (14).
Após os atentados que deixaram ao menos 127 mortos na França, segundo as autoridades locais, o presidente da Assembleia de Deus Vitória em Cristo usou seu perfil no Twitter para atacar “esquerdopatas” e “petralhas” que apoiam a entrada de imigrantes do Oriente Médio no País.
“Os assassinos do Islã cometem barbárie na França e a petralhada do governo permite gente desses países entrarem [sic] no Brasil sem nenhum tipo de verificação”, disse.
“Os estúpidos, esquerdopatas e ignorantes falam do cristianismo no Ocidente. É o cristianismo que trouxe direitos humanos, proteção à vida, liberdade de expressão, liberdade religiosa e política. Onde o cristianismo é maioria, se respeita as minorias. Onde o islamismo é maioria, massacra as minorias”, declarou Malafaia.
O pastor concluiu seu “discurso” afirmando que gostaria de “ver a cara desses esquerdopatas, petralhas, ativistas gays, preconceituosos, que fingem não entender o valor do cristianismo”, ordenando que “esses idiotas” calassem a boca.
Após as postagens, o pastor começou a receber uma enxurrada de críticas que eram publicadas inclusive por muitos internautas que se identificavam como cristãos.
“Refugiados estão fugindo de terroristas e ditaduras. Respeite os muçulmanos. Deixe de ser imbecil e seja cristão de verdade”, disse um tuiteiro. “Aqui temos um claro exemplo de porque os aliens não falam com a gente. Você envergonha toda a raça humana”, brincou outra internauta, referindo-se ao pastor.
A maioria das críticas se referia aos valores que Silas Malafaia atribuiu ao cristianismo. Muitos ateus e seguidores de outras crenças religiosas lembraram períodos da história como a Idade Média para derrubar a teoria do pastor de que o cristianismo respeita as minorias. (com informações de Último Segundo)
O pastor Silas Malafaia voltou a ser alvo de críticas na internet, tornando-se um dos assuntos mais comentados pelos internautas no Brasil neste sábado (14).
Após os atentados que deixaram ao menos 127 mortos na França, segundo as autoridades locais, o presidente da Assembleia de Deus Vitória em Cristo usou seu perfil no Twitter para atacar “esquerdopatas” e “petralhas” que apoiam a entrada de imigrantes do Oriente Médio no País.
“Os assassinos do Islã cometem barbárie na França e a petralhada do governo permite gente desses países entrarem [sic] no Brasil sem nenhum tipo de verificação”, disse.
“Os estúpidos, esquerdopatas e ignorantes falam do cristianismo no Ocidente. É o cristianismo que trouxe direitos humanos, proteção à vida, liberdade de expressão, liberdade religiosa e política. Onde o cristianismo é maioria, se respeita as minorias. Onde o islamismo é maioria, massacra as minorias”, declarou Malafaia.
O pastor concluiu seu “discurso” afirmando que gostaria de “ver a cara desses esquerdopatas, petralhas, ativistas gays, preconceituosos, que fingem não entender o valor do cristianismo”, ordenando que “esses idiotas” calassem a boca.
Após as postagens, o pastor começou a receber uma enxurrada de críticas que eram publicadas inclusive por muitos internautas que se identificavam como cristãos.
“Refugiados estão fugindo de terroristas e ditaduras. Respeite os muçulmanos. Deixe de ser imbecil e seja cristão de verdade”, disse um tuiteiro. “Aqui temos um claro exemplo de porque os aliens não falam com a gente. Você envergonha toda a raça humana”, brincou outra internauta, referindo-se ao pastor.
A maioria das críticas se referia aos valores que Silas Malafaia atribuiu ao cristianismo. Muitos ateus e seguidores de outras crenças religiosas lembraram períodos da história como a Idade Média para derrubar a teoria do pastor de que o cristianismo respeita as minorias. (com informações de Último Segundo)
André Puccineli teria fazenda em nome do Laranja [ Maruro Cavalli]
Um
relatório da Polícia Federal identificou indícios de que, o
ex-governador André Puccinelli usa 'laranja' para comprar propriedades.
As investigações dão conta que Mauro Cavalli, administrador e pecuarista
que já foi coordenador-geral de licitação da Semad (Secretaria
Municipal de Administração de Campo Grande) durante a gestão de André
Puccinelli na Prefeitura seria um "testa de ferro/laranja", de
Puccinelli, e que da parceria, tornou-se um dos maiores pecuaristas de
Mato Grosso do Sul. Entre os anos de 1997 a 2003 (administração
Puccinelli) adquiriu um grande patrimônio em imoveis rurais (fazendas).
Investigação revela que quando entrou na prefeitura, em 1997, Cavalli
apresentou uma declaração de bens de cerca de R$ 40 mil. Em 2003
apenas, uma das fazendas em nome do ex-chefe de licitações teria sido
avaliada em R$ 5,8 milhões. E naquele mesmo ano, o valor dos imóveis
rurais e urbanos de Cavalli ultrapassaria R$ 10 milhões.
Ação penal
APn 573 – a denúncia mais antiga na qual Puccinelli é acusado apura
suposta lavagem de dinheiro e ocultação de bens quando ele ainda era o
prefeito de Campo Grande. O MPF abriu inquérito baseado em extenso
levantamento dos rendimentos de Puccinelli e de seu ex-coordenador
municipal de licitações, Mauro Cavalli, feito pelo então promotor do MPE
(Ministério Púbico Estadual) Marcos Antônio Martins Sottoriva. No
Inquérito n. 549, Sottoriva aponta o montante da renda dos acusados
versus a compra de grandes fazendas na região entre Terenos, Anastácio e
Nioque, entre 1997 e 2003.
As 15 fazendas de Puccinelli
segunda-feira, 2 de novembro de 2015
A solidão tem cor - notícia da Revista Fórum discute relacionamento da mulher negra brasileira
No
último Censo, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) em 2010, dados sobre a mulher negra brasileira
chamaram a atenção. O levantamento apontava que, à época, mais da metade
delas – 52,52% – não vivia em união, independentemente do estado civil
(veja os dados aqui).
O quadro
pincelado pelas estatísticas tem cores extremamente vivas para as
mulheres negras brasileiras, que, de acordo com inúmeros relatos, sentem
na pele os efeitos da solidão e do preterimento durante toda a vida. Há
anos o movimento feminista negro aborda essa pauta, mas ultimamente,
com a força das redes sociais, o debate tem se amplificado – sobretudo
no tocante aos relacionamentos heterossexuais – e causado polêmica.
A
discussão sobre afetividade da mulher negra extravasa os círculos de
militância: ao longo das décadas, diversos intelectuais tocaram nessa
questão em suas dissertações, teses e artigos, principalmente quando
tinham como objeto de estudo as relações interraciais no Brasil.
Exemplos são Thales de Azevedo, Florestan Fernandes, Elza Berquó, entre
outros.
Mais
recentemente, duas intelectuais negras têm se destacado na produção
acadêmica sobre o assunto. Em 2008, a socióloga e professora da
Universidade Estadual da Bahia (UNEB) Ana Cláudia Lemos Pacheco se
tornou doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp) com a tese Branca
para casar, mulata para f…., negra para trabalhar”: escolhas afetivas e
significados de solidão entre mulheres negras em Salvador, Bahia que, em 2013, foi convertida no livro Mulher negra: afetividade e solidão (Edufba).
No mesmo ano, Claudete Alves obteve o título de mestre em Ciências
Sociais pela Pontifícia Universidade de São Paulo (PUC-SP) com a
dissertação A solidão da mulher negra – sua subjetividade e seu preterimento pelo homem negro na cidade de São Paulo, que posteriormente se transformou no livro Virou Regra? (Scortecci, 2010). Ambas conversaram com a Fórum sobre seus trabalhos, os primeiros a focalizar a figura específica da mulher negra e a dar voz a ela.
Solidão, uma questão histórica
Antes de
falar sobre a solidão da mulher negra é preciso, segundo Claudete Alves,
olhar para a solidão de seu grupo étnico, que se inicia quando ele é
“espoliado de seu habitat”, a África, e “destituído de seus meios de
produção e de seu próprio corpo enquanto transformador de matéria-prima,
de seus sentimentos e de seus afetos. Esse processo, que se configura
em uma diáspora negra imposta, denota que tal ocorrência, dolorosa e
traumática, afetou o caráter das relações sociais desse grupo social no
Brasil e do seu processo de identidade cultural”, escreve a autora em Virou Regra?.
“Ao me
debruçar sobre a historicidade da mulher negra, vejo que sua trajetória,
a partir da ruptura diaspórica africana até a contemporaneidade, foi
permeada pela solidão”, continua a cientista social em sua obra. No
decorrer do texto, ela estabelece uma intrincada relação entre o quadro
de solidão a que as protagonistas de seu estudo estão submetidas e o
processo de escravidão no Brasil.
De acordo
com Alves, as mulheres negras eram alforriadas antes dos homens, por
estes “serem considerados elementos essenciais à produção agrícola”.
“Essa condição excludente e de marginalização a que o homem negro foi
relegado imprime um novo contorno à configuração familiar existente,
fazendo surgir famílias matrifocais”, explica no livro. “Típicas do Novo
Mundo, ao contrário das famílias poligínicas da África, sua
característica básica é ser chefiada por mulheres, o que outorga ao
feminino a condição de centralidade e autoridade na assunção da
permanência e da guarda do lar, em contraposição à ausência definitiva
ou flutuante da figura paterna.”
Somado a
isso, observava-se, conforme Alves, ocorria “a existência de uma intensa
liberdade sexual na vida masculina”, de forma que os homens negros
mantinham outros relacionamentos além de seu casamento sem que houvesse
“perda de regalias ou prejuízo social”. “Encontramos, assim, mulheres
forras e livres, na sua grande maioria solitárias, muitas vezes mães
solteiras, como eixo central de seus lares e que, por não terem casado,
seja por escolha voluntária, seja por dificuldades sociais ou por
preterimento do parceiro, não vivenciaram uma condição de acesso social
ou de estabilidade amorosa”, completa, em Virou Regra?.
Gostos e escolhas são construções sociais
Os dados
obtidos pelo IBGE revelam que a situação de solidão ainda acomete as
mulheres negras, mais de um século após a abolição. Por que, ao longo
dos anos, o cenário não se modificou?
De acordo com a antropóloga Laura Moutinho, professora do Departamento de Antropologia da USP (Universidade de São Paulo), no artigo Discursos normativos e desejos eróticos: A Arena das Paixões e dos Conflitos entre “Negros” e “Brancos”,
nota-se “a existência de um padrão marital homogâmico na sociedade
brasileira; um percentual relativamente baixo de casamentos
‘interraciais’ e, nestes, a predominância do par homem ‘negro/mulher
‘branca’”.
Analisando-se
a afirmação de Moutinho, é possível concluir que, nas relações
interraciais, são as mulheres negras as mais frequentemente preteridas
pelos homens negros, que, conforme demonstra a antropóloga, subvertem a
regra do “padrão marital homogâmico” e se relacionam fora de seu grupo
étnico, com mulheres brancas. Isso também se comprova por números
do último Censo, que indicam: “homens pretos tenderam a escolher
mulheres pretas em menor percentual (39,9%) do que mulheres pretas em
relação a homens do mesmo grupo (50,3%)”.
Aspectos
demográficos podem representar um caminho para a compreensão desse
quadro. “Quando se pesquisa, desde Elza Berquó, o mercado matrimonial,
verifica-se que, no grupo branco, há um maior número de mulheres do que
de homens. Então, pode-se dizer que há uma ‘sobra’. No grupo negro não,
identifica-se um equilíbrio. Se não houvesse algum fato sociológico, não
se constataria essa solidão no grupo negro”, analisa Claudete Alves. “A
mulher branca, que é excedente em seu grupo, migra para o outro, e
pelos fatos históricos acaba disputando em condição muito vantajosa no
grupo em que há um equilíbrio.”
“Há uma
tendência, enfatizada por Berquó, de o excedente de mulheres ‘brancas’
se unir ao excedente de homens ‘pretos’ e ‘pardos’. Tal tendência
surpreende, pois ‘é de estranhar que justamente as mulheres pretas que
contam com um excedente de homens pretos, exatamente na faixa etária
mais favorável às uniões, acabem por ter menores chances de encontrar
parceiros para casar. Nossa hipótese é de que o excedente de mulheres
brancas na população deve levá-las a competir, com sucesso, com as
pardas e pretas, no mercado matrimonial’”, escreve Moutinho em seu
artigo.
O
preterimento da mulher negra pelo homem negro é elemento frequente nas
falas das personagens entrevistadas por Ana Cláudia Lemos Pacheco para
sua tese de Doutorado. A socióloga ouviu, ao todo, 25 mulheres negras em Salvador, doze ativistas e treze não ativistas, todas pertencentes a setores da classe média
e populares. Para realizar a análise de suas trajetórias sociais,
selecionou dez – cinco ativistas e cinco não ativistas. “Eu diria que o
triângulo que emergiu e foi muito recorrente nas narrativas das mulheres
investigadas foi o formado por mulher negra, homem negro e mulher
branca. Sobre homem branco pouco se falou, muito pouco, uma [vez] ou outra.”
“A
rejeição é muito mais doída quando vem dos seus iguais; a mulher negra
quer ser amada, ser feliz”, aponta a socióloga Eliane Oliveira,
feminista, professora e pesquisadora do Núcleo de Estudos
Interdisciplinares Afro-Brasileiros (NEIAB) da Universidade Estadual de
Maringá (UEM). “Penso que o homem negro precisa desconstruir o racismo
não só no discurso, mas também nas suas práticas.”
A
situação de vantagem em que a mulher branca se encontra em relação à
negra no mercado matrimonial, sobretudo em relação aos homens pardos e
negros, é evidente. “Isso é uma pista segura de que há a interferência
social e histórica que termina também sendo um dos fatores que tira,
para além de todos os outros direitos da mulher negra, o direito ao
amor”, destaca Alves.
Para
Pacheco, uma série de fatores contribui para que as mulheres negras
sejam preteridas pelo homem negro. Eles estão, em sua maioria,
conectados a aspectos históricos e culturais que habitam nossa
sociedade. “Em nosso imaginário cultural, as características raciais e
fenotípicas da mulher negra – considerando a cor da pele, as
características do cabelo, a estética – estão o tempo todo associadas a
estereótipos negativos”, avalia a socióloga. “Essas representações estão
vinculadas não apenas ao imaginário social mais geral, mas também ao
imaginário acadêmico, literário. Na música, nas imagens socialmente
produzidas, o que sempre se destacou [em relação à mulher negra]
são essas características, relacionadas a um comportamento sexualizado,
quase que servil – e isso é a reprodução de uma concepção bem colonial,
quase que a imagem reproduzida da mulher escravizada, que estaria,
portanto, para servir ao outro, ao senhor. E a outra representação é a
do trabalho, de como a mulher negra seria ‘pau para toda obra’, seria
boa para o trabalho servil e doméstico, e não seria uma mulher com
desejos, com possibilidades de construir uma afetividade, de ter
projetos pessoais, familiares, de uma mulher que tenha a capacidade de
pensar.”
A
historiadora Karla Alves, ativista negra do grupo de Mulheres Negras do
Cariri – Pretas Simoa, conta que a solidão afetiva apenas agravou os
efeitos do racismo sobre sua autoestima, algo que sente desde criança,
quando era discriminada pelos colegas do colégio e não encontrava, nem
nos meios tradicionais de cultura,
tampouco
nos conteúdos escolares, referências negras positivas e legítimas.
“Isso provocou um estigma ainda pior: a solidão existencial que, naquele
momento, não me deixava contar nem comigo mesma”, diz. “A solidão da
mulher negra é, portanto, parte indissociável da formação da nossa
identidade que o racismo nos impõe. Durante a juventude e vida adulta
esta solidão é alimentada pelo desprezo daqueles com quem almejamos
estabelecer um relacionamento amoroso, já que passamos a ser vistas
somente pelo nosso sexo expropriado e hipersexualizado, principalmente
através da mídia.”
Em
contrapartida, a imagem da mulher branca, segundo Pacheco, está
vinculada a “um comportamento mais condizente com uma expectativa de
gênero mais tradicional, aquela que seria ideal para casar, para se
manter um relacionamento, para ser mãe, enquanto a mulher negra não
caberia nessa representação.” Tal privilégio tem nítida ligação com o
padrão de beleza branco difundido como ideal em nossa sociedade, e que
não apenas não contempla como marginaliza as características estéticas
negras. Sob esse prisma, pode-se dizer que a mulher negra sofre
opressões somadas: machismo e racismo.
Estudiosos
das relações interraciais no Brasil desde os anos de 1930 discutem
também o casamento entre homens negros e mulheres brancas como
estratégia de mobilidade social. “(…) a mulher, além de propiciar um
dado acesso social ao homem negro, funcionaria como uma possibilidade de
escamoteamento de seu padrão fenotípico, conferindo invisibilidade à
sua cor”, considera Alves em Virou Regra?. De acordo com a
autora, um dos principais méritos de seu trabalho é ter provado que essa
prática não ocorre apenas com homens negros que já ascenderam
socialmente, como consequência desse movimento – a exemplo dos jogadores
de futebol negros, que famosos e endinheirados, frequentemente
constituem família com mulheres brancas –, mas se dá em praticamente
todos os estratos sociais. Para comprovar essa tese, a pesquisadora
visitou diversos espaços da cidade de São Paulo, nas periferias e no
centro – teatros, casas de espetáculos, supermercados, maternidades,
entre outros – e observou a proporção de casais inter e intraraciais
nesses locais.
Diante
desses símbolos tão fortes e difundidos em nossa sociedade, é impossível
dizer que escolhas do campo afetivo e sexual sejam mera questão de
gosto pessoal, plenamente desconectado do universo social em que o
indivíduo está inserido. “Na relação com o outro, o desejo de
envolvimento afetivo em busca do prazer é permeado pelos valores e
ideais estabelecidos pelo contexto social. A manifestação do desejo e o
estabelecimento ou não de vínculos amorosos são também determinados por
concepções advindas de uma visão machista e racista”, atesta a
professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Elisabete Aperecida
Pinto, em sua tese de Doutorado Sexualidade na identidade da mulher negra a partir da diáspora africana: o caso do Brasil.
“É o que
Sueli Carneiro já falou: nós, feministas negras, não estamos querendo
controlar o relacionamento de ninguém. Nós queremos problematizar,
porque é algo que tem nos atingido”, argumenta Pacheco. “O racismo é uma
ideologia, uma crença que exclui. E não exclui só do mercado de
trabalho, da educação, do campo do poder político; essas exclusões
influenciam muito na hora da escolha [afetiva].”
“Sinto
uma falta enorme de negros famosos que tenham uma defesa da causa negra
nos espaços que ocupam na mídia. Mesmo no caso daqueles que fazem de seu
trabalho uma forma de levantar nossa bandeira, percebo que na prática
as coisas ainda se voltam para o previsível, ou seja, cedem ao padrão
social de ter uma loira do lado”, observa Eliane Oiveira. “Muitos podem
dizer que é uma questão de gosto, mas nós somos socialmente moldados,
dessa forma, nosso gosto não é isento de manipulação ou imposição do que
é belo, bom, seguro e desejável. Ora, se sofremos ainda hoje com a
herança escravagista de que negra é para cama e não para o casamento,
como pensar que o homem negro também não reproduz esse tipo de
pensamento sobre ela quando o que mais vemos são eles se casando com as
brancas?”, questiona.
Embora a
palavra “solidão” seja normalmente associada a sentidos negativos, a
professora da UNEB conta que, nos depoimentos que colheu, o termo foi
sendo ressignificado – as mulheres negras, como protagonistas de sua
própria história, transformaram sua dor em força. “O sentimento de
solidão se traduziu em sofrimento, choro, desilusões amorosas e
decepções. Mas, apesar desses processos de exclusão social,
discriminação étnica e social, essas mulheres se empoderaram, muitas
delas superaram desigualdades fundamentais – a questão da sobrevivência,
por exemplo, social e econômica –, tornando-se chefes de família,
criando seus filhos sozinhas e sem parceiros”, relata. “Há mulheres que
se tornaram grandes lideranças do movimento social negro e alcançaram
prestígio a ponto de se transformarem em lideranças de grande expressão
nacional e internacional e ocupar grandes cargos políticos dentro da
sociedade brasileira. E há mulheres que, por outro lado, se empoderaram
através do trabalho, da ascensão social e de uma percepção com relação a
essas desigualdades.”
Consequências psicológicas
O
preterimento e a solidão afetiva que atingem as mulheres negras podem
causar a elas grande sofrimento psicológico e, por serem baseadas em
valores racistas, podem gerar ainda o adoecimento físico. É o que
explica a psicóloga Maitê Lourenço, também neuropsicóloga pelo Centro de
Diagnóstico Neuropsicológico da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp) e colaboradora do Grupo de Trabalho de Psicologia e Relações
Raciais do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo. “Dentro do
processo cognitivo, palavras, gestos e ações são captados e processados
pelo cérebro, formando assim a concepção daquela mulher sobre si mesma
de uma forma deturpada”, avalia. Ela salienta que o quadro não se limita
às mulheres heterossexuais – lésbicas e bissexuais também enfrentam
esse fenômeno social, bem como as transexuais.
Segundo a
neuropsicóloga, adjetivos pejorativos, como “feia”, “macaca” ou frases
ditas por familiares, colegas e outras pessoas como “ninguém vai te
querer assim” fazem parte do contexto diário das mulheres negras,
gerando sentimentos de menos valia, baixa autoestima e introspecção. Com
isso, pela violência do racismo, há possibilidade de que a depressão,
ansiedade e outras doenças crônicas, como asma e fibromialgia, acometam
essas mulheres.
“A
humilhação social também é um dos sofrimentos psíquicos causados pela
solidão da mulher negra”, pontua Lourenço. “Essa mulher sente-se
humilhada por perceber que não corresponde ao que é esperado para sua
idade, classe social, escolaridade e ambiente familiar. Timidez
excessiva, irritabilidade, ansiedade intensa, hipertensão, depressão,
obesidade, uso abusivo de álcool e outras drogas também são
consequências, dentre muitas outras, do processo vivido por estas
mulheres”, destaca.
Clélia
Prestes, mestre e doutoranda em Psicologia Social pela USP e psicóloga
do Instituto AMMA Psiquê e Negritude, também discorre sobre as
implicações que a solidão afetiva pode acarretar para a autoestima das
mulheres negras. “Desde o nascimento e ao longo do processo identitário,
a autoestima é influenciada pelos referenciais coletivos de beleza, nos
quais as mulheres negras praticamente não estão representadas, apesar
da maioria da população brasileira ser negra. Como resultado, no
imaginário social e em concepções pessoais, pensamentos e sentimentos
que tratam a diversidade com hierarquia de valores, prejudicando
drasticamente a forma como mulheres negras são vistas e,
consequentemente, sua autoestima e relações afetivas.”
Em sua
atuação profissional, Maitê Lourenço atende mulheres que relatam o quão
difícil é o estado de solidão, pois muitas vivem suas vidas inteiras de
maneira solitária. “No passado não muito distante de muitas famílias,
assim como a minha, essas mulheres permaneceram cuidando das famílias de
outras mulheres – brancas – que tinham em seus lares maridos e filhos. E
por causa do machismo, patriarcado e do capitalismo, essas mulheres
tiveram que ficar distantes de seus familiares por morarem nas casas
onde trabalhavam, privando-as assim de também de construir seus lares e
manter maior contato com outras pessoas, já que não puderam estudar,
viajar e etc”, ressalta.
De acordo
com a psicóloga, a necessidade de fugir desse quadro social e evitar
uma vida solitária também torna as mulheres negras vulneráveis a
relacionamentos abusivos. “A própria violência doméstica também pode
fazer parte das estatísticas para pontuar o que acontece com as mulheres
negras, pois muitas acabam se submetendo a relacionamentos abusivos
para não permanecerem sós.”
No
entendimento de Clélia Prestes, embora tantas pessoas sofram com as
consequências do racismo, a “psicologia tem sido omissa e conivente” com
relação a ele, “na medida em que não o enfrenta”. “Ao desconsiderar os
marcadores sociais da diferença como raça, gênero, orientação sexual,
geração, classe, entre outros, trata como universal seres que são
diversos, desconsiderando suas especificidades e impondo de forma
hegemônica características particulares de grupos dominantes.”
Para
Lourenço, a mídia tem uma grande responsabilidade na perpetuação dos
estigmas advindos de concepções racistas. “Venho acompanhando alguns
comerciais, novelas e séries brasileiras e o que mais se vê são mulheres
negras em funções subalternas e, quando há núcleo familiar para ela, há
no máximo filhos, a mãe dessa mulher ou um irmão. O fato da mulher
negra ser representada desta forma impacta também na identificação de
meninas, mulheres e das outras pessoas de que a mulher negra tem somente
esse lugar a ocupar, gerando assim sofrimento psíquico e mais
obstáculos, que arduamente as mulheres negras vêm tratando de transpor”.
Embora
a solidão afetiva tenha, muitas vezes, consequências devastadoras para a
vida das mulheres negras brasileiras, Prestes destaca que elas “não
ficam apenas expostas passivamente a quadros de vulnerabilidade e
solidão, mas, enquanto reagem às adversidades e resistem às opressões,
acabam se fortalecendo individual e coletivamente”. “Em minha clínica,
nas atuações pelo Instituto AMMA Psique e Negritude, no ativismo
(movimento negro e feminismo negro) e na pesquisa, pude observar a
importância da identificação positiva e das redes de mulheres negras
para diminuir os efeitos e mudar o quadro de solidão, potencializando
processos de resistência, superação e resiliência”, conta.
(Ilustração de capa: Monica Stewart)
Amor Afrocentrado
Luh
Souza é conhecida nas redes por sua atuação contra o racismo e por ser
fundadora e moderadora do grupo “Amor Afrocentrado” no Facebook, onde
homens e mulheres negras se reúnem para discutir questões relacionadas
ao racismo, aos relacionamentos afetivos e, caso exista a oportunidade,
encontrar pares com quem possam construir relações românticas.
O
termo “Amor Afrocentrado”, que se refere aos relacionamentos entre
pessoas negras, é usado há muitos anos, quando Souza começou a discutir o
tema da solidão da mulher negra com amigos e companheiros de militância
– logo seus debates deram continuidade em outra rede social, o Orkut,
ainda em 2009.
O
grupo do Facebook começou como um facilitador de encontros, pois Luh
Souza ouvia amigos se queixando de que não conseguiam encontrar outras
pessoas negras com quem pudessem se relacionar. “Então pensei: preciso
fazer um ponto em que os solteiros possam se encontrar e vamos
discutindo juntos nossos problemas”, relata. Até o número que contou, o
grupo teve como resultado a quantidade de 60 casais, entre eles 3 se
casaram e algumas crianças nasceram dessas uniões.
A
intenção do grupo era discutir o assunto exclusivamente entre pessoas
negras, como um debate interno; para Luh Souza, uma medida em parte para
evitar polêmicas e acusações de “racismo inverso”, mas também como
resultado do desinteresse de pessoas brancas. Segundo Souza, o debate,
que tem mais de uma década de proposta, sempre tentou fazer com que os
homens negros refletissem sobre o companheirismo e presença das mulheres
negras em suas vidas, seja como mães, irmãs e avós, ou como
companheiras que sempre enfrentaram o racismo e as consequências da
discriminação racial lado a lado contra os homens negros. “Se fossem pra
cadeia, estivessem internados ou na escola e até mesmo no caixão, quem
sofre e derruba lágrimas são as mulheres ali. E quando cresciam, por que
se recusavam amar uma mulher negra? Por que eles não podiam ser
românticos com ela? Quando a gente consegue colocar essas questões todas
juntas na cabeça deles, há uma transformação”, relata Souza.
Mas
apesar da boa vontade e do trabalho totalmente voluntário, discutir
sobre a solidão da mulher negra e tentar promover relacionamentos
afrocentrados não foi uma prática fácil. “Claro que apareceram os homens
pilantras tentando enganar as irmãs, casados, mas sempre que eu soube,
tirei do grupo, bloqueei”, afirma. Depois de alguns desentimentos e
preocupações, Souza decidiu não mais moderar o grupo, deu-se por
satisfeita com os objetivos alcançados e passou a orientar os
integrantes para que tivessem cuidado e responsabilidade ao conhecerem
novas pessoas.
Mas
os desafios que surgiram não são apenas aqueles que envolvem qualquer
relacionamento humano: as polêmicas em torno do assunto passaram a
crescer à medida que o tema ganhou visibilidade na internet.
Luh
Souza interpreta esse quadro de polêmicas crescentes como um erro
estratégico. Para ela, o tema da solidão da mulher negra deveria ser um
debate restrito aos grupos que militam contra o racismo. “É desgastante
ter de debater racismo com ‘não negros’ e igualmente desgastante debater
solidão da mulher preta abertamente. Veja que eles estão pegando isso
pra nos atacar, difamar pela rede, sendo que eles sabem que se casam
entre brancos em sua maioria, só que para eles isso é normal. Agora, se
formos levantar a questão, aí acusam-nos de racismo inverso. Um exemplo:
quantos jogadores de futebol ou artistas brancos são casados com
mulheres negras? Se o amor não tem cor…”, provoca.
No
entanto, Souza faz questão de frisar que a crítica não é contra os
relacionamentos interraciais em si. “O amor interracial vai existir
sempre”, pontua. “O que discutimos é o racismo embutido em forma de
relacionamentos amorosos. Se existe o amor entre as pessoas, por que
existe o recorte racial dentro desse suposto amor? Qual a causa das
mulheres brancas terem duas opções? Veja que o recorte racial existe até
dentro de relações homoafetivas onde uma pessoa branca tem mais chances
de encontrar seu amor do que pessoas negras”, questiona.
“Então
a discussão não é, e nunca deverá ser, contra a miscigenação, mas
contra a regra imposta pela Teoria do Branqueamento em que mulheres
negras não merecem ser amadas, já que ela é preterida por todas as
etnias”, declara. De acordo com Luh Souza, mesmo mulheres negras
consideradas belas e inteligentes reclamam que são preteridas. “Há algo
muito errado, muito mesmo. No fundo, a frase ‘amor não tem cor’ é igual a
‘somos todos iguais’. A palavra certa seria ‘amor’ somente. Se a
sociedade precisou complementar a palavra ‘amor’ com a frase ‘não tem
cor’ é porque precisam se justificar e, se precisam se justificar, é
porque existe um problema aí que ninguém quer saber de rever, discutir.
Inventam uma frase poética pra se conformar com ela e não resolver o que
é preciso, igualmente ao ‘todos somos iguais’. Pronto, de posse da
poesia contida nas frases, que se dane o resto. Vamos viver em um padrão
sem respeitar o grito de quem está sendo excluído dentro da sociedade
por ser diferente”, protesta Souza.
Para
ela, o assunto precisa ser debatido e o desequilíbrio mostrado pelas
estatísticas deve ser questionado. “Mas, uma vez que os homens já
fizeram suas escolhas, estão casados com brancas e têm até filhos, não
podemos interferir”, afirma.
Veja mais no portal: http://www.revistaforum.com.br/semanal/a-solidao-tem-cor/
A jornalista do canal Globo News diz que a PF está colocando o país de joelhos.
A jornalista do canal Globo News Bárbara Gância diz que parte da PF está colocando o país de joelhos: ” Esses irresponsáveis estão colocando o meu país de joelhos. Só estão tentando mesmo é salvar seu fiofó “
confira no texto abaixo (reprodução facebook)
Esse Congresso que temos, e que
lamentavelmente deve dizer muito sobre a sociedade que estamos
fabricando, é o pior da nossa história. Um lixo inimaginável. Bancada
antigay, PL anti “heterofobia”, “cura gay”, é a contramão da história…
Entra impeachment e sai impeachment da
pauta todo santo dia e o país paralisado por conta de um camarada,
parece filme do Buñuel!
E isso tudo para satisfazer aos vendilhões do Templo.
E isso tudo para satisfazer aos vendilhões do Templo.
Bancada da bala promovendo a volta do
bangue-bangue -vê se pode?- bancada “televangélica” que lê a Bíblia de
forma tosca e literal pra atender seu público, ou seja, aquela parcela
da população órfã do atendimento do Estado que não foi abraçada pelo
crime organizado nem é “herdeira” (como diria a revista “Caras”)…
São os denominadores mais baixos e tenebrosos, os pilares mais indesejáveis para se edificar um futuro.
Imagino Ruy Barbosa, Castro Alves, os inconfidentes mineiros tendo espasmos no túmulo.
E como se não bastasse um covil, há dois.
Imagino Ruy Barbosa, Castro Alves, os inconfidentes mineiros tendo espasmos no túmulo.
E como se não bastasse um covil, há dois.
Ninguém, Serra, Alckmin, FHC, Suplicy,
Mercadante, Berzoini, Delcidio… NENHUM político de que se tenha
conhecimento consegue viver do salário oferecido pelo Erário. Mas
nunca se ouviu falar de a Polícia Federal tocar o pé na porta na
madrugada para realizar uma busca e apreensão no escritório ou na casa
do filho do FHC ou dos filhos do Serra.
Aliás, graças a Deus, porque seria uma verdadeira infâmia. Como bem afirmou ontem o José Serra.
Ainda bem que alguém teve a coragem de enfrentar a ira dos ignorantes e se insurgir contra essa violência seletiva da PF.
Quiqui é isso, minha gente?
Ainda bem que alguém teve a coragem de enfrentar a ira dos ignorantes e se insurgir contra essa violência seletiva da PF.
Quiqui é isso, minha gente?
É inacreditável o grau de
desfaçatez a que chegamos. Tentar impedir que Lula se candidate
novamente dessa maneira chega a ser ridículo. E muito
perigoso. Porque, goste ou não, Lula é liderança legítima admirada
mundialmente. E com uma legião de seguidores aguerridos como vimos ontem
na comemoração do seu aniversário.
Essa campanha para tentar polarizar o país e varrer o PT do mapa é de uma irresponsabilidade sem precedentes.
E tem limite até onde vai essa polarização maluca. Ele esbarra na luta armada.
Mas tem um monte de gente que além de não perceber ainda aplaude a desastrada ação da Polícia Federal.
E enche o buraco de bolo que tem na cara pra falar no “filho do Lula”.
Aliás, o povo nem se dá conta de que o Lula tem mais do que um único filho!
Olha só. Acompanhe o meu raciocínio (eu
sei, eu falo pra caramba, mas me dá só mais um minutinho, vá?) e tente
perceber o preço que estamos pagando pela 1) “burritzia” (antônimo de
intelligentsia) dos tempos da ditadura e 2) a era em que a turma se
ufanava de dizer que estava pouco ligando pra política e iria descontar
votando no Tiririca:
Pois então: até quando vai dar pra
segurar essa camada de ignorantes politicamente acéfalos das camadas de
renda média e alta que fica aí de forma grotesca vociferando a favor da
“maioridade penal”?
Esses bocós não se dão conta do que vem a ser o PCC?
Parece normal a você, meu dileto leitor,
que uma organização criminosa nascida com o propósito de dar respaldo à
população carcerária, e que agora, no vácuo da presença do Estado já
comanda o roubo de carga, a violência urbana (todo batedor de carteira
paga dízimo pra essa máfia), a invasão de imóveis no centro, a
adulteração de bebidas e medicamentos, o roubo de cabos, fios e tampas
de bueiros, a danificação de equipamento público, as ações orquestradas
do bloqueio nos transportes, a roubalheira no futebol, a jogatina
ilegal, que chega a queimar 30 ônibus ao dia e dá voz, dia sim, dia não,
a toque de recolher nas comunidades da periferia, tudo isso e mais, sem
que a opinião pública tenha a menor ideia de que isso acontece porque a
ordem de cima é “não dar voz e não fazer propaganda de organização
criminosa”, parece normal pedir que se coloque mais gente na cadeia
diante dessa conjuntura?
A ignorância é tão pornográfica que o
pessoal nem sequer reclama do próprio sistema patrimonialista -que nunca
caminha para a democracia com economia de mercado.
A gente continua se conformando com a
existência dos Agripinos Maias da vida, ou (até ontem) com o Eduardo
Cunha. Somos complacentes com o fato de que o doleiro Youssef opera em
sucessivos governos desde praticamente o grito do Ipiranga.
E a PF tem a cara de pau de invadir o escritório do filho do Lula pra procurar “dinheiro de comissão”?
Fala a verdade?
Estou ao lado de Lula e do Serra nesta hora e, como pagadora de impostos (contribuinte é o escambau!) e eleitora eu me
sinto profundamente ofendida e agredida com a cara de pau e a demagogia
dessa FACÇÃO da Polícia Federal em sua guerrinha particular contra
outra facção.
Esses irresponsáveis estão colocando o meu país de joelhos e
os acéfalos que se dizem “gente de bem” não tem moral e nem se deram ao
trabalho de se informar ou estudar pra saber do que estão falando ao
aplaudir essa blitz. Só estão tentando mesmo é salvar seu fiofó.Fonte: BR29
Jovem pode ser decapitado a qualquer momento na Arábia Saudita
Noticiado no portal notícias uol:
Um dia desses, nossos aliados da Arábia Saudita poderão decapitar e crucificar um jovem chamado Ali al-Nimr.
Ele esgotou os recursos possíveis após a sentença judicial para esta execução macabra, por isso os guardas podem levar al-Nimr a uma praça pública e cortar sua cabeça com uma espada enquanto os espectadores zombam dele. Então, seguindo o protocolo saudita para a crucificação, eles penduram seu corpo na cruz como advertência para os outros.
A ofensa de Al-Nimr? Ele foi preso aos 17 anos por participar de protestos contra o governo. O governo disse que ele atacou policiais e se revoltou, mas a única evidência conhecida é uma confissão aparentemente extorquida sob tortura que o deixou sangrando desfigurado.
"Quando visitei meu filho pela primeira vez, não o reconheci", disse sua mãe, Nusra al-Ahmed, ao jornal "The Guardian". "Eu não sabia se aquele era realmente ou não meu filho Ali."
Al-Nimr foi recentemente transferido para o confinamento solitário como preparação para a execução. No Reino Unido, onde a sentença chamou a atenção, o secretário de relações exteriores diz que "não espera" que seja levada a cabo. Mas a família de al-Nimr teme que a execução ocorra a qualquer dia.
O sistema de justiça criminal medieval da Arábia Saudita também executa "bruxas" e aprisiona e chicoteia homossexuais.
Já é hora de termos uma discussão franca sobre a nossa aliada Arábia Saudita e o seu papel legitimando o fundamentalismo e a intolerância no mundo islâmico. Os governos ocidentais tendem a se conter nas críticas, porque eles veem a Arábia Saudita como um pilar de estabilidade em uma região turbulenta -mas não tenho certeza de que é bem assim.
A Arábia Saudita patrocinou madrassas wahhabistas em países pobres da África e da Ásia, exportando o extremismo e a intolerância.
A Arábia Saudita também exporta instabilidade com a sua brutal guerra no Iêmen, destinada a conter algo que considera como influência iraniana. Os ataques aéreos sauditas mataram milhares de pessoas, e o bloqueio dos portos tem sido ainda mais devastador. Há crianças iemenitas morrendo de fome, e 80% dos iemenitas precisam de ajuda.
Há também hipocrisia no comportamento saudita. Este é um país que condenou um britânico de 74 anos de idade a 350 chicotadas por posse de álcool (alguns relatórios britânicos dizem que ele pode ser autorizado a deixar a Arábia Saudita, após a indignação internacional), mas raramente vi tanta bebida destilada quanto nas festas em Riad com membros do governo.
Um príncipe saudita, Majed Abdulaziz al-Saud, acaba de ser detido em Los Angeles em uma mansão alugada de US$ 37 milhões (em torno de R$ 110 milhões), depois de supostamente ter bebido muito, contratado acompanhantes, usado cocaína, aterrorizado as mulheres e ameaçado matar as pessoas.
"Eu sou um príncipe", declarou ele, de acordo com uma reportagem no jornal "Los Angeles Times". "Eu faço o que quero."
Um dia desses, nossos aliados da Arábia Saudita poderão decapitar e crucificar um jovem chamado Ali al-Nimr.
Ele esgotou os recursos possíveis após a sentença judicial para esta execução macabra, por isso os guardas podem levar al-Nimr a uma praça pública e cortar sua cabeça com uma espada enquanto os espectadores zombam dele. Então, seguindo o protocolo saudita para a crucificação, eles penduram seu corpo na cruz como advertência para os outros.
A ofensa de Al-Nimr? Ele foi preso aos 17 anos por participar de protestos contra o governo. O governo disse que ele atacou policiais e se revoltou, mas a única evidência conhecida é uma confissão aparentemente extorquida sob tortura que o deixou sangrando desfigurado.
"Quando visitei meu filho pela primeira vez, não o reconheci", disse sua mãe, Nusra al-Ahmed, ao jornal "The Guardian". "Eu não sabia se aquele era realmente ou não meu filho Ali."
Al-Nimr foi recentemente transferido para o confinamento solitário como preparação para a execução. No Reino Unido, onde a sentença chamou a atenção, o secretário de relações exteriores diz que "não espera" que seja levada a cabo. Mas a família de al-Nimr teme que a execução ocorra a qualquer dia.
O sistema de justiça criminal medieval da Arábia Saudita também executa "bruxas" e aprisiona e chicoteia homossexuais.
Já é hora de termos uma discussão franca sobre a nossa aliada Arábia Saudita e o seu papel legitimando o fundamentalismo e a intolerância no mundo islâmico. Os governos ocidentais tendem a se conter nas críticas, porque eles veem a Arábia Saudita como um pilar de estabilidade em uma região turbulenta -mas não tenho certeza de que é bem assim.
A Arábia Saudita patrocinou madrassas wahhabistas em países pobres da África e da Ásia, exportando o extremismo e a intolerância.
A Arábia Saudita também exporta instabilidade com a sua brutal guerra no Iêmen, destinada a conter algo que considera como influência iraniana. Os ataques aéreos sauditas mataram milhares de pessoas, e o bloqueio dos portos tem sido ainda mais devastador. Há crianças iemenitas morrendo de fome, e 80% dos iemenitas precisam de ajuda.
Há também hipocrisia no comportamento saudita. Este é um país que condenou um britânico de 74 anos de idade a 350 chicotadas por posse de álcool (alguns relatórios britânicos dizem que ele pode ser autorizado a deixar a Arábia Saudita, após a indignação internacional), mas raramente vi tanta bebida destilada quanto nas festas em Riad com membros do governo.
Reprodução/Facebook
O blogueiro saudita Raif Badawi foi condenado a 1.000 chibatadas por "insultar o islã"
Um príncipe saudita, Majed Abdulaziz al-Saud, acaba de ser detido em Los Angeles em uma mansão alugada de US$ 37 milhões (em torno de R$ 110 milhões), depois de supostamente ter bebido muito, contratado acompanhantes, usado cocaína, aterrorizado as mulheres e ameaçado matar as pessoas.
"Eu sou um príncipe", declarou ele, de acordo com uma reportagem no jornal "Los Angeles Times". "Eu faço o que quero."
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