domingo, 21 de abril de 2013
Um mar de foguinhos
Um homem do povoado de Neguá, na costa da Colômbia, pôde subir ao alto do céu. Na volta, contou. Disse que havia contemplado, lá de cima, a vida humana. E disse que somos um mar de foguinhos.
- O Mundo é isso, revelou. Um montão de gente, um mar de foguinhos.
Cada pessoa brilha com luz própria entre as demais. Não há dois fogos iguais. Há fogos grandes, fogos pequenos e fogos de todas as cores. Há pessoas de fogo sereno, que nem percebem o vento, e pessoas de fogo louco, que enchem o ar de faíscas. Alguns fogos, fogos bobos, não iluminam e nem queimam, mas outros ardem na vida com tanta vontade que não se podem vê-los sem pestanejar, e quem se aproxima se acende.”
(Galeano, El libro de los abrazos, Siglo XXI.)
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