Peter Eigen, fundador da Transparência Internacional.
Organizações e empresas internacionais não tinham o foco de promover a transparência e combater a corrupção, nem havia um acordo global entre países com o objetivo de parar com o suborno e a corrupção.
Desde então, muita coisa mudou e hoje a corrupção já não deixou de ser
tabu para ser um dos maiores desafios sociais do mundo. Aqueles que
lutam para acabar com o abuso de poder,com as relações secretas e com os
subornos conseguiram derrubar governos do Egito ao Peru.
Não só um, mas dois acordos globais entre governos de todo o mundo
foram firmados, procurando acabar com o suborno internacional e a
corrupção. A corrupção não se limita as fronteiras internacionais,
tornando a Convenção Anti-Suborno da OCDE (OECD Anti-Bribery Convention)
e a Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção importantes
ferramentas de combate a este crime. A Transparência Internacional
desempenhou importante papel em todas essas mudanças e sua atuação a
levou há muitos lugares, inclusive nos corredores do poder onde a
organização trabalha por leis mais transparentes e para que as pessoas
saibam de onde está vindo o dinheiro, como ele é gasto e por quem.
Isso levou a Transparência Internacional a conhecer casos, como o de um
pequeno escritório de advocacia na região rural da Índia, onde um pai
denuncia o pedido de suborno de um professor da escola da filha, que lhe
pediu 500 rupias (18 reais) para aprovar a garota e entregar a ela seu
diploma.
A Transparência Internacional ajudou a salvar a vidas e bilhões de
dólares que eram desviados, descobrindo e divulgando contratos falsos e
promovendo a realização de processos abertos e transparentes de
licitação.
Tudo começou em 1993 quando Peter Eigen fundou a organização.
Funcionário antigo do Banco Mundial, Eigen fez uma campanha dentro da
instituição e em sua comunidade para o entendimento de como a corrupção
destruía projetos de combate à pobreza em muitos dos países mais pobres
do mundo. No nível pessoal Eigen recebeu muitos incentivos e
motivação, porém as instituições resistiram. Chefes e supervisores lhe
disseram que a corrupção era muito quente para ser parada. E Eigen
decidiu que era hora de agir.
Em fevereiro de 1993, Eigen e um grupo de 20 aliados de cerca de 12
países se reuniram em Haia, nos Países Baixos, para aprovar o documento
que deu origem a Transparência Internacional. Em maio foi realizada uma
conferência em Berlin e a organização iniciou sua longa luta contra
relações secretas, suborno e abuso de poder.
Após 2 décadas é hora de olhar para frente e perguntar onde estaremos
nos próximos 20 anos e o que precisamos fazer para chegar lá.
Uma importante pista para o futuro está nos eventos dos últimos dois
anos, quando os cidadãos da Praça Tahrir, no Egito, até a Wall Street,
em Nova York, decidiram dizer “basta!”, derrubando regimes corruptos e
exigindo o fim de corporações mundiais que representam riscos para a
economia global.
A luta contra a corrupção não pode mais ocorrer somente nos corredores
do governo, e sim a partir de uma grande mobilização dos cidadãos,
envolvendo as empresas, as organizações não governamentais e os fãs do
futebol.
Como vimos no Cairo e no movimento Occupy Wall Street, a tecnologia
será cada vez mais utilizada para unir as pessoas nesses desafios,
visando quebrar o status quo.
Olhando para o futuro, a Transparência Internacional irá orientar e
apoiar cada vez mais de perto os cidadãos e cidadãs de todo o mundo,
para que saibam o que eles podem fazer para se levantar contra e
resistir a corrupção.
A Amarribo Brasil é a organização de contato da Transparência Internacional no Brasil.Transparency International
Chris Sanders - Manager, Media and Public Relations
Fonte: Amarribo Brasil
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