terça-feira, 10 de setembro de 2024
segunda-feira, 8 de janeiro de 2024
8/1 a partir da imaginação sociológica!
O 8/1 marca o dia em que ocorreram os atentados contra a sede dos três poderes da republica no Brasil no ano de 2023. Então, comemora-se [se é que há algo para celebrar!?] um ano desta que foi a última intentona golpista dentre tantas que o país já teve em sua historiografia.
Uma coisa que não pode passar em branco é a seguinte: não é salutar perceber o 8/1 como coisa isolada. Ou seja, não é possível compreender todo o fenômeno sem fazer as devidas conexões e contextualizações. Para isso, é sempre bom confiar em clássicos que nos ajudam a entender o tecido social. Charles Wrigth Mills [1916-1962], não é de todo conhecido fora do círculo das ciências sociais - mas é ele que nos ajuda a pensar coletivamente. Ele foi um sociólogo, pesquisador e professor norte-americano, autor da obra prima “A Imaginação Sociológica”. No livro em questão, ele defendia que não era suficiente pensar e refletir isoladamente. E mais do que isto, o importante é pensar com imaginação, uma imaginação sociológica e crítica do que ocorre na sociedade. O sociólogo americano doutorou-se em Sociologia [e Antropologia] na Universidade de Wisconsin [nos EUA]. Ele faz um apelo para que os intelectuais tenham uma postura crítica e reflexiva diante da complexidade do real - e tomar parte nos debates é indispensável para a libertação dos seres humanos de ideologias que não se mostratarm aptas a compreender as mudanças sociais.
Com certa ressalva histórica, podemos constatar que o que ocorreu durante o 8/1 foi uma tentativa de golpe sim! E não foi isolada. Se os militares apoiassem, enquanto instituição, o golpe teria sido efetivado. Apesar do apoio geral de militares, golpistas, negacionistas e defensores do liberalismo autoritário, a caserna não se mostrou com disposição para avançar com mais uma vez um regime ditatorial. E, não esqueçamos: nenhum militar foi responsabilizado pela justiça comum e/ou na justiça militar. Isso indica alguma coisa muito perigosa para o país.
Mills nos deixa um legado para interpretar o poder das elites, a percepção de mundo das classes médias e a relação entre indivíduo e sociedade. Utilizando de suas contribuições, podemos pensar e fazer uso da imaginação sociológica e interpretar o 8/1 como um caso que se conecta a outras dimensões do social. Vamos conectar tudo, a partir de quatro pontos:
Primeiramente, o ato em si não foi isolado. Não foi coisa de desocupados, golpistas que estavam acampados e com uma ideologia autoritária e persecutória as liberdades individuais. Tais golpistas foram endossados por lideranças da extrema direita como o capitão Bolsonaro. Os mesmos golpistas que desejavam um golpe militar, defendiam em palanques/cartazes/redes sociais o fechamento do Supremo Tribunal Federal [STF], a volta do A.I-5.
Em segundo lugar, as instituições brasileiras [política/justiça/segurança] não conseguiram frear os diversos crimes cometidos como a incitação à violência, atentados contra pessoas e organizações e ameaças a democracia. Então, deixaram os golpistas andarem e nadarem à vontade - surfando na onda autoritária.
Em terceiro lugar, as mesmas pessoas que atacavam a sociedade civil, os movimentos sociais, as minorias sociais, as mulheres, pretos, população LGBTQIA+, estavam defendendo e produzindo o quebra-quebra na praça dos três poderes no lamentável dia 8/1.
Em quarto lugar, desde as manifestações de junho de 2013 que a extrema direita se sente no direito de atacar o diferente, de hostilizar as minorias, de ameaçar quem quer seja que pense de modo contrário aos dogmas sectários. Ninguém escapa ileso - nem um padre que desenvolve um trabalho pastoral com público carente como os sem tetos. O padre Julio Lancelotti, que atende durante vários anos a população socialmente vulnerável na maior metrópole da América Latina, foi alvo de perseguição de Rubinho Nunes [Vereador de São Paulo - União Brasil]. Este último disse aos quatro cantos que ONGs exploram a miséria da população e, não bastasse isto, o vereador também atuou fortemente para abrir uma CPI contra o padre Julio Lancelotti - alguém que mais lembra a atuação de Jesus e defende os preceitos cristãos no país.
Vários vereadores retiraram a assinatura do documento que jpede a instauração da CPI. Mas o estrago já estava feito, a ameaça contra o padre era real. O vereador já se manifestou nas redes sociais dizendo que o Lancellotti era o "padre de Boulos" - referência ao Guilherme Boulos do PSOL de São Paulo, e que o padre tinha que se explicar sobre o que Rubinho chama de "máfia da miséria".
Fonte: pixabay.Lembra que falamos lá no início sobre a imaginação sociológica e pensar coletivamente? Então, façamos mais algunas conexões. Quem é Rubinho Nunes? Ele é um advogado que iniciou a sua atuação política no Movimento Brasil Livre [MBL] - foi na verdade um dos seus fundadores. Os quadros do MBL, desde 2014 comporam uma direita radicalizada e defensora de ditames ultraliberais, perseguição aos docentes e universidades e o enfraquecimento do Estado. Não podemos esquecer que defenderam o impeachment da presidenta Dilma Rousseff [PT]. Tais membros são contrários ao desenvolvimentismo do estado e políticas públicas para os mais pobres. Defende a "meritocracia" do Capital - dos ricos e banqueiros. O próprio vereador ataca as ONGS mas, como mostra uma reportagem do site The Intercept Brasil Nunes alocou cerca de 3,8 milhões de reais em emendas parlamentares para fomentar eventos. A meritocracia é bom para os outros.
Este grupo também são defensores da falácia "Escola sem Partido". Tal movimento que tenta cooptar jovens e dispolitizar a juventude para o impedimento de uma massa crítica na população. O MBL está na raiz de atitudes persecutórias contra professores [de todo o país] e invasões a universidades. Lembra do pessoal bolsonarista que defendia que os alunos deveriam vigiar e gravar seus professores - dando o pontapé inicial para a violência nas escolas? Então, Kim Kataguiri e Renan dos Santos, outros fundadores do MBL, também estão entre os que defende o homeschooling e o Escola sem Partido. Santos foi a pessoa que acompanhou Arthur do Val na viagem [turismo sexual] pela Europa para "pegar loira". Se a sua memória não ligou o nome a pessoa, saiba que Arthur do Val foi o machista/misógeno que disse que as mulheres ucranianas "são fáceis porque são pobres". E pra fechar esse menu de pratos indigestos, Arthur do Val foi protagonista em uma armação contra o padre - com fake news acusando o padre de pedofilia. Resumo da ópera: devemos ter muito cuidado com misóginos, racistas, autoritários, golpistas - com poder e capital político os estragos podem ser ainda maiores.
prof. Miro Santos
sexta-feira, 8 de dezembro de 2023
✅[MENTORIA] #02 SED 2023 - MARATONA CONCURSO - RESOLUÇÃO N.º 4.026 e 4.161
Neste vídeo apresentamos a aula sobre a Lei n. N.º 4.026 [e atualização da n. 4.161], que Dispõe sobre o Plano de Recomposição da Aprendizagem (PRA-MS) para as unidades escolares da Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul, e dá outras providências. Link com o material da aula em PDF: no chat durante a aula e no grupo de whatsapp A vídeoaula faz parte de uma playlist sobre legislação educacional para o processo seletivo da SED-MS. O método de resolução de questões de concursos públicos pode potencializar a preparação de professores para participar dos certames. O objetivo é ajudar os candidatos a desenvolver as habilidades necessárias para se destacar durante o concursos/processos seletivos objetivando garantir a aprovação. Além disso, por vezes disponibilizamos links e, também, PDFs de materiais extras, como as questões resolvidas no canal, simulados e videoaulas complementares, para que os candidatos possam se preparar de forma mais completa e eficiente.
domingo, 20 de março de 2022
quinta-feira, 19 de agosto de 2021
sábado, 21 de novembro de 2020
quarta-feira, 11 de novembro de 2020
quarta-feira, 28 de outubro de 2020
terça-feira, 20 de outubro de 2020
terça-feira, 13 de outubro de 2020
Quais são os conteúdos de Sociologia do 2° Ano no 3º bimestre?
Neste vídeo vamos tecer comentários sobre os conteúdos a serem trabalhados em Sociologia no 2° Ano do Ensino Médio.
São conteúdos que versam sobre os Movimentos Sociais.
-o que são os movimentos sociais;
-quais são as suas demandas;
-por que lutam?
-o que são minorias sociais?